domingo, 9 de dezembro de 2018

If you can't give me flowers while I'm livin'

luz, ela me disse.
passei a carregar seu recado em meu peito
assim como carrego o brilho já faz algum tempo
[sim, sim, eu sei.
eu me lembro]
.
.
.

ando pelo mundo procurando girassóis
<aqueles selvagens e livres e viscerais>
cada pétala me lembra você.

[então verei flores
onde já não vejo vida]

há estacas que apontam para o meu coração
mas algo me diz que deixaram de avançar
resta saber se ainda consigo me mover aqui dentro
me empreste um pouco de espaço
me empreste um pouco do seu quintal
um pouco
não é muito
o que peço
o que sinto
o que quero
a memória resiste e isso cicatriza os pés descalços
e assim caminho
pelo sertão da minha solidão.

Mergulho

Repouso meu corpo e deixo o espírito ser levado pelas paisagens
minha mente penetra lentamente na imensidão da memória
e nado e nado e nado contra a
corrente
de tudo aquilo que quero varrer.

A vida não é muito diferente de uma estrada
na qual deslizo
<quesejadoce><quesejadoce><quesejadoce>
até que deixe de ser
e afunde
como o escafandro que me protegia.

Espero
Pois sei que é difícil sorrir com o peso da alma.
[é lento e desastroso
esse negócio de andar nos próprios cacos]

A ferida abriu
escolhi sangrar
Não gastarei a vida traduzindo o meu espírito.

Há uma loba gemendo incêndios
E esse caminho costumava me levar para outro lugar...