Há pessoas que ensaiam gestos
Eu ensaio letras
Mas ele... Ele não ensaiava nada.
Suas palavras saiam lentas, frágeis e ingênuas de sua boca
Recheadas por um humor amargo que ele nem fazia ideia
Aquela figura me conquistava, descobria nele o que ele nunca
se daria conta
E era bom que não desse
Inocência que não se perde
Riso de orelha a orelha quando a TV o lembrava de seu
passado
Felicidade contagiante, não se encontra tantas vezes assim
na vida
Espécie rara... Essa ele pertence.
Encontrei-me neste lobo solitário
Sempre fomos assim, só não percebemos.
E ele não vai notar
“Não orna”, não é?
taciturno... o que se passava ali?
[...]
Uns goles de café.
“Mas vem, Ni, tá passando Mazzaropi”.
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