quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Vestido de preto, esbraveja que tempo é tudo o que somos

Nas tardes de quarta-feira
Ele ia procurar a paz num banco de praça
Nas tardes de quarta-feira
Daquelas secas e podres
Ele ia procurar outras vidas
Outros remorsos
Imaginar a dor

Se alimentar.

Era um homem como qualquer outro
Daqueles que o tempo moldou e destruiu
Daqueles que sempre sentiam saudades
De dinheiro, mulheres, bebidas
Ou, quando já exaustos de tudo
Sem opção alguma
Saudades do tempo em que não sentiam saudades

A maioria só aprende pela dor
Ele já não era ninguém
“O demônio me tirou tudo”
As menores cicatrizes estavam em sua pele

As maiores... Você sabe onde encontrar.

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